Por Luiza Toschi (Cooperação Social da Fiocruz)
Por Luiza Toschi (Cooperação Social da Fiocruz)
“Quando a SNCT não acontece apenas no campus da Fiocruz, mas também em Manguinhos, estamos ativamente trazendo para o centro da produção de conhecimento científico os saberes que são produzidos dentro do território. O mais interessante desse trabalho é o engajamento da própria escola, com uma direção muito comprometida com a comunidade, mobilizando professores, trabalhadores e estudantes para esse dia de evento. Eles são parte estruturante da SNCT nos territórios”, afirmou Brunna Arakaki, articuladora do projeto de Promoção de Territórios Saudáveis e Sustentáveis em Centros Urbanos da Cooperação Social da Presidência da Fiocruz (PTSSCU/CCSP/Fiocruz).
Brunna destaca que desta vez uma das professoras da escola incentivou seus alunos a entrevistarem os pesquisadores e articuladores do evento sobre a realização da SNCT em Manguinhos, o que tornou a experiência diferente para quem estava propondo as atividades. “Acho que essa proposta é um sinal da nossa articulação de tanto tempo com o C.E. Clóvis Monteiro. A gente começa a ver uma cultura de pensar ciência, de refletir sobre os processos de produção de conhecimento” avaliou Brunna.
Desde o início da manhã, era possível assistir a filmes curta metragem disponíveis na plataforma educacional de streaming EcoFalante. As obras da Mostra Ecofalante da Ufrj apresentavam reflexões sobre temáticas trabalhadas na SNCT, como educação ambiental, tecnologias e inclusão.
A oficina de percussão de ritmos brasileiros (samba, baião e funk) foi realizada pelo projeto Música na Calçada da Escola de Música de Manguinhos (EMM/Rede CCAP), uma iniciativa que conta com apoio da Escola de Música da UFRJ e da Fiocruz. Nela, alunos puderam conhecer os principais instrumentos e puderam experimentar tocá-los em exercícios de prática de conjunto.
A PR5/Ufrj propôs mais de dez oficinas com temas diversos. No âmbito das ciências físicas e biológicas, a atividade “Macroalgas marinhas: novas perspectivas sustentáveis”, com jogos educativos, apresentou esses seres do mar; já a atividade “Purpurina: expressão de identidades e problemas ambientais” ensinou a produzir purpurina biodegradável a base de amido para reduzir impactos ao meio ambiente; em “Comunicação Clássica com Polarização da Luz”, pesquisadores de física mostraram aos alunos formas de manipulação da luz em feixes de cor e como essa técnica é usada para enviar informações codificadas.
A oficina “Tecnologias de ecossaneamento e processos participativos” apresentou diferentes formas para tratar recursos essenciais ao saneamento como o esgoto, a água e o lixo: jardim de chuva, bacia de evapotranspiração, composteira, e captação de água da chuva foram algumas das tecnologias apresentadas. A exposição “Árvore da Vida” (coleções biológicas do Instituto de Biologia/Ufrj) também contou com uma atividade interativa que apresentou a biodiversidade que ainda resiste na Baía de Guanabara.
No campo das ciências sociais e humanas, algumas das atividades foram: a “Oficina de Podcast” da Rádio UFRJ que orientou etapas de escrita, gravação e escuta do material gravado e levou os alunos a experimentarem criar um programa; “Passado e Presente: Espaços de Ciência e Cultura no Rio de Janeiro” que apresentou locais de efervescência cultural na cidade e instigou a curiosidade dos estudantes para conhecê-los de perto; a ação “Documento de arquivo: um objeto interdisciplinar” que discutiu a importância dos arquivos para a construção do conhecimento; a “Oficina Fala Galera” que discutiu propostas de Promoção da Saúde e enfrentamento às mudanças climáticas de forma participativa com os alunos; a “Oficina de Tecnologias Emergentes para o Desenvolvimento Sustentável” que apresentou a prática da prototipagem rápida para desenvolver soluções simples com impacto positivo nas comunidades; e a oficina “O que você pode fazer pelo planeta hoje?”, que, com vídeos e jogos, discutiu ações efetivas que cada pessoa pode tomar para reduzir o impacto
Duas rodas de conversa sobre contextos de cidade foram propostas por pesquisadores da UFRJ. Uma reuniu alunos do Colégio para refletir sobre cidade e cultura, a partir de três perspectivas: mudanças ocorridas na Rua do Ouvidor entre os séculos XIX e XX; a cidade fictícia do filme “Pantera Negra: Wakanda Forever”; e as ações de assistência social que acontecem atualmente no Rio. A outra produziu um mapa da cidade a partir da perspectiva dos alunos sobre a promoção da saúde e territórios do Rio.
A trupe de teatro do Museu da Vida Fiocruz fez duas sessões que encheram a quadra do colégio para assistir ao espetáculo “É o fim da picada”. A peça, com humor e improviso, apresenta e ensina de forma sobre a transmissão de Dengue, Zika e Chikungunya.
A SNCT em Manguinhos foi encerrada na quadra da escola, às 18h, com Catia Nascimento do Coletivo Experimentalismo Brabo, moradora de Manguinhos, promovendo uma oficina de cordel. O tema da roda foi a história cultural, ontem e hoje, contada a partir dos folhetos com poesia sobre pessoas importantes para o território reunidos na série Memória de Manguinhos em Cordel.
SNCT na Maré
A ação da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia nos territórios não acabou. Com o contexto de segurança pública vivido pelo território da Maré durante o mês de outubro, o evento na Escola Municipal Genival Pereira de Albuquerque teve que ser adiado e está previsto para o dia 14 de novembro e contará com apoio da Cooperação Social da Presidência, do Museu da Vida Fiocruz, da PR5/Ufrj e da Rede CCAP.